Algumas regras impostas pelos condomínios são difíceis de entender, até porque os responsáveis as tornam incompreensíveis. As regras e normas são afixadas no mural do prédio em outros locais de muita movimentação, causando estranhamento nos moradores. Frases como “é proibido entrar com qualquer bebida, porque pode sujar o hall e quem for visto andando sem camisa leva bronca” são comuns. Em um condomínio localizado da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, o estatuto cita que “é proibido circular pelas áreas comuns usando robe de chambre”. No prédio Louvre, “a área da piscina, localizada na cobertura, será trancada a partir das 18 horas, impedindo que os moradores deixem de apreciar a maravilhosa vista do centro de São Paulo durante o pôr-do-sol”. No edifício dos Jardins, toalhas penduradas nas janelas são proibidas, principalmente nos kitnets. Em outros, é proibido cachorros andarem na calçada em torno do prédio, a área de lazer não pode ser utilizada no horário entre 8 e 22 horas e é permitido jogar bola na grama do jardim. Concorda que são regras contraditórias e estranhas?
Em Moema, na zona sul de São Paulo, os moradores viram um comunicado afixado no elevador. “Lamentavelmente tem sido observada no chão da academia a presença de cuspe e escarros junto à esteira e à bicicleta. Por uma questão básica de higiene solicitamos que isso não mais ocorra, caso contrário seremos obrigados a instalar câmera de segurança no local para detectar a origem do problema, causando custos e desgastes desnecessários”. Segundo a moradora Juliana Marques, que é psicóloga, “é ridículo ter que ler isso. Mas pelo visto, era necessário, né?”. O aviso causa estranhamento, visto que pede mais higiene dos moradores. No mesmo comunicado, estava presente também outro aviso. “Recentemente foi solicitado aos moradores que retirassem do recinto da garagem todo e qualquer material que estivesse lá depositado e fomos parcialmente atendidos. Solicitamos, aos que ainda não o fizeram, que desocupem a garagem completamente a fim de que seja possível manter uma perfeita limpeza daquele local”.
Os responsáveis por um edifício localizado na mesma região adotaram uma espécie de sirene sonora, utilizada para intimidar e afastar travestis que ficam na calçada do entorno do mesmo. “Achava que era algum tipo de alarme de carro, mas um morador antigo me contou que a sirene é acionada quando os travestis tentam usar a nossa calçada para ficar esperando os clientes ou quando estão fazendo muito barulho. Ela funciona realmente, principalmente à noite, de segunda a segunda. Basta algum travesti começar a falar alto ou tentar usar a calçada como ponto”, afirma a moradora Débora Rodrigues. Estas medidas tomadas pelos responsáveis, que causam estranhamento devido os moradores não entenderam a mensagem, são causadores de problemas em condomínios. É aconselhável que as mensagens que devem ser comunicadas ao moradores sejam discretas e diretas, sem redundâncias, erros gramaticais e frases sem sentido. Em alguns casos, apenas uma palavra muda o sentido original do texto. Por isso, é importante a correção antes de afixar em algum local público do condomínio.